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Rosacrucianismo ou rosa-cruz é um movimento filosófico que se popularizou na Europa no início do século XVII após a publicação de vários textos que pretendiam anunciar a existência de uma ordem esotérica até então desconhecida para o mundo. Rosacruz é um nome atribuído com base no lendário personagem Christian Rosenkreutz, que é o ponto de partida para várias organizações rosacruzes. A misteriosa doutrina da ordem é supostamente "construída sobre verdades esotéricas do passado antigo", que "oculta ao homem comum, fornece uma visão da natureza, do universo físico e do domínio espiritual". Seus manifestos não falavam extensivamente sobre o assunto, mas mencionavam a Kabbalah, o Hermetismo e o Cristianismo. O movimento era então tido em conta como um "Colégio de Invisíveis" nos mundos internos, formado por grandes adeptos, com o intuito de prestar auxílio à evolução espiritual da humanidade.
Alguns metafísicos consideram que o rosacrucianismo pode ser compreendido, de um ponto de vista mais amplo, como parte, ou mesmo como fonte, do hermetismo cristão, patente no período dos tratados ocidentais de alquimia que se segue à publicação da Divina Comédia de Dante. Alguns historiadores, no entanto, sugerem a sua origem num grupo de protestantes alemães, entre os anos de 1607 e 1616, quando três manifestos anônimos foram elaborados e lançados na Europa: Fama Fraternitatis R.C., Confessio Fraternitatis e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz. A influência desses textos foi tão grande que a historiadora Frances Yates denominou este período do século XVII de Iluminismo Rosacruz. O Rosicrucianismo apareceu pela primeira vez no século XVII como um movimento de reforma em Tubinga dentro do protestantismo alemão.
Os manifestos foram publicados num momento em que o domínio científico e tecnológico da natureza levou a um distanciamento entre ciência e a cultura cristã. O principal objetivo e meta dos três escritos era contrariar esta tendência, por meio de uma contínua reforma da ciência, ética e religião. Sua auto-imagem é baseada em uma difusão livre de preconceito e uso do conhecimento de outras culturas ainda não difundidos. Nesta época ainda não havia grupos de rosacruzes organizados. Somente após 140 anos da publicação dos manifestos, a primeira organização Rosacruz foi fundada como ordem paramaçônica, em 1760, a Ordem Dourada dos Rosacruzes, como um pólo oposto às forças racionais e modernistas. Viriam mais tarde a ser perseguidos na Prússia sob os auspício do reinado de Guilherme II. Após o fim da Ordem Dourada, o rosacrucianismo manteve-se vivo graças à Societas Rosicruciana in Anglia (S. R. i. A.), de 1865. Além disso, grupos teosóficos e herméticos, formados no fim do século XIX, também referidos como "novos rosacrucianistas", ajudaram na difusão do rosacrucianismo.
Os Manifestos Rosacruzes anunciaram uma "reforma universal da humanidade", através de uma ciência supostamente mantida secreta por décadas até que o clima intelectual possa recebê-la. As controvérsias surgiram sobre se eram um engano, se a "ordem da Rosacruz” existia como descrito nos manifestos, ou se todo era uma metáfora disfarçando um movimento que realmente existia, mas de uma forma diferente . Em 1616, Johann Valentin Andreae designou-o como um "ludibrium". Ao prometer uma transformação espiritual num momento de grande turbulência, levaram muitas pessoas a iniciar-se na busca do conhecimento esotérico e místico. Filósofos ocultistas do século XVII, como Michael Maier, Robert Fludd, e Thomas Vaughan se interessaram pela visão do rosacruz do mundo. De acordo com o historiador David Stevenson, influenciou a Maçonaria quando emergia na Escócia. Em séculos posteriores, muitas sociedades esotéricas alegaram derivar movimento rosacruz primordial. O Rosicrucianismo é simbolizado pela chamada Rosa-Cruz.